Despertando





Autor: Angel Estevez



Anos atrás li uma frase que, naquela época para minha auto-estima destruída, buscando explicações complicadas e profundas para o que na realidade era mais simples que respirar, começou a fazer muito sentido.

“As pessoas te machucam somente se você permitir que elas o façam.”

Naquela época. 

Hoje, mais bem estruturada psiquicamente (pelo menos penso que estou), penso em todas as situações que, acreditando nesta frase, deixei passar em branco. “Tudo bem. Sem problemas”, dizia sempre. Para mim era uma prova de maturidade.

Foram muitas destas tais situações que, além da dor e da sensação de ser ferida, do desprezo, da falta de educação dos outros, da ignorância, também me sentia culpada por “ter permitido” que me fizessem isso. 

Coisa idiota. 

As pessoas machucam às outras porque elas são ruins mesmo. Não têem boas intenções. São péssimas consigo mesmas e com os outros. E não é nossa culpa. Não era e não é minha culpa. 

A culpa é delas que não tiveram certeza dos seus sentimentos. Por mais fortes e sinceros que fossem. Não tiveram responsabilidade. Que não tiveram coragem para assumir o que sentiam e preferiram o caminho mais fácil: “Vou continuar daqui sozinho. Ela(e) que se vire para lidar com isso. Ela(e) vai superar.”

Desde que me dei conta dessa insanidade que é aceitar que a culpa é nossa, as pessoas que passam por mim, que de alguma maneira me fazem algum mal, me decepcionam, não saem com a consciência limpa ouvindo de mim: “Tudo bem. Sem problemas”. 

Respondo (de preferência chorando, gritando e com toda a carga de drama que sou capaz): “Não está nada bem. Você me machucou. Está doendo. E você, além de sua covardia, terá de lidar com isso também.

O que acontece depois?

Em geral, o mesmo de sempre. Pelo menos para mim. Sempre supero, arrumo outros amigos, esqueço o que deve ser esquecido e pronto. 

O melhor é que agora também não me sinto culpada pelo que não fiz. Divido a tristeza em suas partes iguais.


E assim, por parte, assim fica mais fácil administrar qualquer coisa.




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UPDATE



Hace mucho, leí una frase que, en aquella época para mi autoestima destruida, en busca de explicaciones complicadas e intensas para lo que en realidad era tan sencillo cómo el hecho de respirar, empezó a hacer mucho sentido.

“Las personas te hacen daño sólo si así lo permites.”

En aquella época.

Hoy, más estructurada psíquicamente (por lo menos lo creo yo), pienso en todas las situaciones que, creyendo en la verdad absoluta que era la frase ésa, dejé pasar de listo. “Todo bien. Sin problemas”, decía siempre. Para mí, era una señal de madurez. 

Han sido muchas  las situaciones que, además del dolor y de la sensación de ser herida, del desprecio, de la falta de respecto de los demás hacia mí, de la ignorancia, también me sentía culpada por haberlo “permitido” que así lo hicieran.

Cosa idiota.

Las personas hacen daño unas a las otras porque son malas efectivamente. No tienen buenas intenciones. Son malas con ellas mismas y con las otras. Y la culpa no es nuestra. No era y no es mía.

La culpa es de ellas que no han sido sinceras con sus sentimientos. Por más fuerte y bello que fuesen. No han tenido responsabilidad. Personal y moral con ellas y con los otros. Que no han tenido valentía para asumir a si mismos y a los otros y de ser así han preferido el camino más fácil: “Sigo a partir de aquí solo. Ella(él) que se resuelva y empiece a lidiar con todo esto. Qué lo supere.”

Desde que me di cuenta de lo insano que es aceptar que la culpa es nuestra, las personas que pasan por mí y de una manera u otra me hacen algún tipo de daño, me decepcionan, no se van con la consciencia limpia escuchando de mi boca: “Todo bien. Sin problemas.”

Les contesto (de preferencia en llantos y todo lo que tengo derecho): “No está nada bien. Y tú, además de tu cobardía, habrá de lidiar con todo esto también.

¿Qué sucede después?

En general, lo mismo de siempre. Por lo menos en lo que se refiere a mí. Siempre supero, hago nuevas amistades, me olvido de todo lo que debe ser olvidado y ya está. Life goes on…

Lo mejor es que también no me siento culpada por lo que no hice. Divido la tristeza en partes iguales.


Y así, por partes, se queda más fácil administrar toda y cualquier cosa.


Comentários

  1. eu tenho uma visão pretensiosa da coisa como num todo. e um tanto egocêntrica também. parte da teoria de que a gente dá as pessoas uma chance de participar da nossa vida, nessa ordem somente. e elas faltam principalmente com consideração. não se dão conta da importância que a gente tem pra elas. a culpa nunca é minha, portanto. o que torna as pessoas, mais do que culpadas ou covarde, burras por me dispensarem de suas vidas medíocres.

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  2. rs, rs, rs, rs... Só faltou a frase: "Quem está perdendo são elas. Não eu".

    Acredito que as duas partes perdem. Temos muito a ensinar e a aprender uns com os outros.


    Bjs

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